O vício em apostas se tornou um problema bastante comum após o rápido crescimento da popularidade do setor no Brasil nos últimos anos. O transtorno, inclusive, é motivo de muita atenção e acelerou a conclusão da regulamentação do mercado em 2023 para estabelecer limites e regras às empresas do ramo.
Ainda assim, são milhares de relatos de pessoas que sofrem ludopatia e tentam retomar o controle da vida. Um desafio que costuma causar perdas financeiras, emocionais, profissionais e até afetar relacionamentos. Mas apesar do cenário parecer difícil de superar, é possível quebrar esse ciclo com o apoio certo.
E a prova disso é a história de Otávio Augusto, um dos apostadores atendidos pelo Instituto de Apoio ao Apostador, que será contada neste artigo. Vamos detalhar como foi a sua jornada, as lutas e a virada de chave que o ajudaram a vencer a ludopatia junto com o apoio do IAA.
Ponto de partida para o mundo das apostas
A história de Otávio Augusto começa no momento em que ele se viu desempregado e foi apresentado ao mundo das apostas online por alguns amigos. Um deles, inclusive, disse que tinha um “método rentável” e a vontade de faturar uma quantia extra mexeu com o jovem. O cenário parecia perfeito: ganhar dinheiro com algo que gostava muito, o esporte.
No início, os dois se tornaram grandes “parceiros de aposta”, compartilhando resultados e dicas em tempo real. Mas aos poucos as coisas foram mudando para Otávio, que percebeu uma certa impaciência ao perder as apostas. Ele não sabia como lidar com os reds e tentava sempre se recuperar.
Com o passar dos dias, o desespero para reaver o dinheiro que havia perdido só aumentava e Otávio começou a perder o controle da situação. Agora, ele apostava valores cada vez mais altos e perdia quantias maiores. Sem perceber, Otávio comprometeu a vida financeira e entrou de vez no ciclo do vício.
Vício em apostas e o fundo do poço
A situação de Otávio ainda iria piorar, após o jovem conhecer uma nova modalidade de apostas: o cassino. Por ser mais rápido, simples e acessível, o jogo aumentava a excitação e os níveis de dopamina. Dessa forma, Otávio começou a frequência com que jogava e, principalmente, os valores que apostava.
Apesar de ter voltado a trabalhar, o dinheiro parecia não ter mais valor para ele. Otávio apostava valores em torno de R$1.000, R$2.000 e R$3.000, que eram perdidos em poucos minutos. Foi aí que o jovem se viu “caminhando em direção a um buraco gigante”. E a queda, segundo ele, era praticamente inevitável.
Por conta da compulsão, Otávio começou a pegar empréstimos para bancar o vício e os prejuízos financeiros só cresciam. Em um determinado momento, o jovem perdeu uma quantia equivalente a R$15.000 no trajeto para o trabalho. Isso o deixou abalado e causou uma grande comoção no ambiente da empresa, preocupando os colegas de profissão.
Reconhecendo o problema
Ainda no trabalho, Otávio conseguiu se acalmar e explicou a situação para um grande amigo. Após tê-lo ouvido, o colega o incentivou a procurar ajuda para tratar o vício em apostas. Neste mesmo dia, Otávio se deu conta de que de fato estava doente.
Já em casa, foi a vez de se abrir com os pais sobre tudo o que estava acontecendo. Superando a vergonha e com muito medo, Otávio contou sobre a ludopatia e foi acolhido pela sua família. E o fato deles terem opiniões conservadoras e uma visão superficial do transtorno não os impediu de ajudá-lo e oferecer apoio.
Mesmo assim, o apoio familiar e de amigos, além do grande trauma sofrido, não foram o suficiente para interromper o ciclo. Otávio continuou apostando e a força de vontade dele não bastava para evitar novas recaídas e acabar de vez com o problema.
Virada de chave para superar o vício em apostas
E o que seria um novo fundo do poço, se tornou em um ponto de partida para virar a chave de vez. Na sua maior recaída, Otávio decidiu pesquisar por ajuda na internet, quando se deparou com o Instituto de Apoio ao Apostador. Quis o destino que isso tenha ocorrido justamente em uma quarta-feira, dia do grupo de apoio.
Estar naquela sessão mudou a vida de Otávio. Lá, ele conseguiu compartilhar sua história, ouvir relatos de pessoas que enfrentam os mesmos problemas e entender melhor como lidar com a compulsão com o apoio e a orientação das psicólogas do IAA, Aline Esteves e Marina Tavares.
Desde então, Otávio começou a frequentar as salas de apoio continuamente. Aos poucos, sua participação o ajudava no processo de recuperação da ludopatia até conseguir interromper o ciclo do vício e parar com todos os tipos de apostas.
A importância das salas de apoio
Superar o vício só foi possível para Otávio com o auxílio das salas coletivas do Instituto de Apoio ao Apostador. Segundo ele, estar ao lado de pessoas que entendam, de verdade, o que o apostador está sentindo faz toda a diferença para a recuperação.
Poder ouvir histórias parecidas e entender que a culpa da compulsão não é sua te ajudam a se livrar da sensação de estar louco, perdido e sozinho. Além disso, a forma como as sessões são conduzidas pelas psicólogas do IAA fazem o ambiente ser mais agradável, reflexivo e cheio de ensinamentos.
As psicólogas também levam dicas e fazem com que o processo seja respeitoso e profissional. E com esse apoio, Otávio destacou que voltou a ter prazer por viver a vida, conseguiu se reconhecer enquanto pessoa e fez as apostas se tornarem uma página virada.
Recado para quem tem ludopatia
Por fim, Otávio ainda aproveitou a oportunidade para deixar uma mensagem aos jogadores compulsivos. “Você não está sozinho! É importante não se culpar, pois tem muita gente passando pela mesma coisa que você. Vai ser difícil, mas peça ajuda para seus familiares e amigos, e, principalmente, para profissionais qualificados como a equipe do IAA. Você pode sair dessa! Nós podemos sair dessa!”.
E se você quer seguir o exemplo do Otávio e fazer o vício em apostas se tornar uma página virada, dê o primeiro passo agora mesmo. Entre em contato com a equipe de atendimento do Instituto de Apoio ao Apostador e descubra porquê o apoio certo pode mudar a sua vida.
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